terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Conheci a morte, dei-lhe os bons dias e virei-lhe as costas.

Enchente como tal não vi.
Que me derrubou da nau da vontade.
Numa onda sem comparar ao que vivi.
Que é esta tempestade?
Uns dizem-me ser destino.
Talvez.
Mas eu sei o que é.
Logo vês.
Foi o olhar fulminante da certeza.
A certeza de que não sou imortal.
Que deitou por terra a minha incerteza.
Aprendi que sou mortal.
Outrora fui a muralha indestrutível.
Impossível de superar.
Lembrar que sou invisível.
Indivisível do que sobrar.
Do pó vim...
Ao pó voltarei.
Mas sei.
Conheço o meu fim.
Abra a cova.
Seja meu carrasco.
Nessa abertura nova,
Entrarei sem asco.
Medo?
Desconheço.
Mas sei, sim sei.
Que assim o mereço.

1 comentário:

  1. Está mermo bom J.Paulo. Aprecio a tua escrita e emoção.
    Quero mais. Aqui espero eu, que espero muitos. Muitos te visitaram.
    Beijo grande.

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